Não sou Poeta

Não sou poeta, nos meus dias vagos, nem pessoa sou. Sou um misto de loucura e fantasia, sou dor!

Essa dor que todas as manhãs esfrego na esperança de me livrar dela, soltar-me e finalmente conseguir ver…Não sai!
Só me desamarro naqueles breves instantes em que o meu sangue jorra e estou completa. Num vermelho vivo que corre oculto, cá fora continuo cinzenta. Cinzenta como estes dias de Inverno, em que nunca amanhece!
Chama-me o dever, dever de criar. Ilusão estúpida que deslumbrei na idade de querer, tanto tempo dava para ser feliz!
Esta ilusão que me comovia e alguém deu o nome errado, arrasta agora a minha miséria no encaixe sequencial de  mais um espaço. Não é maravilhoso…é monotonia!
Quem a pintou romântica, bela, sublime, não a retratou, apenas sonhou!