A queda

Vou-vos contar uma história

Há muito, muito tempo, numa terra distante, pessoas diferentes, não em forma, mente ou feitio, mas em tom de pele eram proibidas de entrarem em teatros, restaurantes que não possuíssem etiquetas para a sua étnia, até as casas-de-banho não podiam ser as mesmas.

Essas pessoas não representavam nenhum perigo para os outros, eram apenas diferentes na cor, mas por causa da sua aparência foram reprimidas.

Mais tarde, bastantes anos mais tarde, pessoas de cor e não começaram a ficar doentes. Muitas eram banidas, evitadas, outras foi-lhes mesmo recusado o tratamento em hospitais.

Essas pessoas representavam um perigo mínimo para os demais, estavam doentes e precisavam de ajuda, mas por causa disso foram mal tratadas.

Anos mais tarde, pessoas de todas as cores, devido a vários factores foi-lhes impossível a toma de uma vacina, crucial para o mundo voltar ao frenesim que era.

Por causa disso foi-lhe vedado a entrada em diversos locais, foi-lhe proibido viajar ou ter uma vida normal, porque elas não faziam parte da maioria.

Essas pessoas não representavam um perigo para os outros, os outros representavam um perigo para elas. Porém os outros desprezavam o valor do nós e como nesse tempo se cultivava o egoísmo do eu, elas foram deixadas para trás, como se as suas vidas fossem desprovidas de valor.

Estas três histórias são a definição de racismo, xenofobia e segregação. Sentimentos que levaram aos surgimento do Aparteide, Regime Nazi, etc. A maldade caras crianças e crescidos, não mora só nos livros de história, não tem lugar no passado, acontece todos os dias, aqui e agora, quando preferimos olhar para o lado e negar a nossa natureza empática.

Nameless

Moonassi
Sob o ímpeto de já não saber quem sou (ou ainda não saber)
Fui ficando
amarada na neblina dos dias
Fui hoje chocalhada pelo vento dos tempos
Na tempestade onde me encontro
não há caminho
Mas sigo
Todo o ser está moribundo
já não é a minha alma que dói
é a deles
Onde fico
Padeço

Gandhi no século XXI

Mohandas Karamchand Gandhi lutou toda a vida contra a injustiça, em prol dos mais fracos e pela igualdade. Se olharmos em retrospectiva para as suas lutas podemos constatar que são hoje ainda mais pungentes, nas falhas e feridas.

Vivemos tempos onde a falta dos mais básicos recursos de sobrevivência leva a que milhões de pessoas se desloquem todos os dias daquilo que podemos chamar de pátria, ou mais banalmente país.
Incluem-se nessa categoria os refugiados que todos os dias tentam a viagem até solo europeu.
O medo, o Ego e a ignorância tem feito com que muitos países se voltem apenas para si e ignorem o valor da Vida ao reprimirem os actos de benevolência e empatia.
Um acto, ou lei injusta, é sempre injusta não importa a quem se aplica, mesmo que seja uma minoria de UM.
Desta forma, qualquer lugar do mundo que se denomine país e se reja por fronteiras físicas e/ou econômicas, ao negar auxilio a pessoas que buscam o direito sagrado de viver, estão a violar o direito universal da Vida.
Não importa sob qual lei se abrigam ou escondem, uma lei possui a força e a verdade que um conjunto de indivíduos lhe querem atribuir, não significa necessariamente que ela seja correcta. Houve em tempos leis que escravizaram, que pilharam, mataram…Que relegaram a mulher para pano de fundo, ainda hoje a espécie humana pode ser designada por Homem com h maiúsculo.
Quando procuramos a verdade, devemos entender que a única possivel é aceitar que todos somos iguais, não importa a cor da pele, costumes ou religião. Essa é a única lei que deve prevalecer, o Amor e respeito pelo Outro.

 

Be an architect

3 de Março de 2011
2.26 da manhã, hora de pensamento
 
            Ser arquitecto, não é o que sou, não é uma posição. É um objectivo, uma meta para cada dia, todos os dias da minha vida.
Arquitecto, não porque a Arquitectura me define, mas porque ela nos seus mais diversos ramos personifica tudo quanto anseio compreender, tocar e refletir. Escolho este caminho, porque não me revejo noutro semelhante, tão amplo e pormenorizado ao mesmo tempo. Amo-a porque é feita para o Homem e a sua dimensão não dá preferência a estratos sociais ou saldos bancários. É a ganância do “eu” que destrói a beleza da sua essência.

No exercício da arquitectura a ausência é valiosa e aliciante, tanto ou mais que a presença…todos dias trabalho no vazio, que se transforma pouco e pouco em organismos vivos. Projecções da minha alma!

René Burri – México 1969

 

Arquitectura, males da minha vida, sorrisos da minha existência. Palavra da qual me afasto, lar para onde anseio sempre regressar!

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