Reporting From the Front

Campo de refugiados em território sírio perto da cidade turca de Cilvegozu
A Bienal de Veneza de 2016 tem como mote “Reporting From the Front”, escolhida pelo arquitecto Alejandro Aravena (Pritzer 2016). 
O tema não poderia ser mais actual, com o problema dos refugiados na ordem do dia, com as mudanças climáticas e as deslocações em massa, o desejo é:
– Por favor, mostrem-nos casos em que o altruismo está em cima da mesa, deem-nos exemplos em que o Homem supera o Ego (significado da palavra no contexto : https://anoitan.wordpress.com/2010/02/09/o-ego-segundo-o-budismo-tibetano/), falem-nos do Social (do latim socius, significa companheiro, está implicito preocupação mútua sobre objectivos comuns)
O arquitecto Álvaro Siza. 
Até aqui nada de novo, Portugal ou leva um jornalzinho de quinta ou o que tem de melhor.
Nestes termos o arquitecto Siza é presença certa. Até porque o mesmo possui obra feita no campo social e por isso é nítida a relevância da sua participação. 
A pergunta agora é mais – é só isso que Portugal tem para mostrar? No campo da arquitectura social, na discussão de uma intervenção consciente, é tudo o temos?
É tudo o que vinte e tal mil arquitectos portugueses têm para dizer? 

Várias vezes Aravena disse querer dar prioridade a arquitectos que fogem do status quo.
Na página de um dos curadores portugueses pode-se ler “Neighbourhood, Where Álvaro meets Aldo” e eu fiquei com a sensação que era mais ” Neighbourhood, Where Star architect meets Star architect”.
Pobreza não é poesia!