The shape of living – Day 4

At home
Le Corbusier
We want to hear from you. ????? 
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At this moment when we are all forced to be at home, we would like to hear about your experience of living.


What do you miss, what unnerves you, what makes you happy, does the space in which you find yourself give you the comfort you seek? Is it in line with your needs and character? Can you define it as yours, as a shelter, or are you looking forward to escape?
Is the balcony useful, do you have one? Does the noise from the neighbors bother you? Are the number of bathrooms sufficient? What is intuitive and easy to use? What is not? Is the oven height good? What about the position of the trash can, the washbasin? Is there enough light? Are the materials nice or suddenly something irritates you?


Send us your thoughts (info@llagnes.com), in photographs, drawings, words, etc. Any format is welcome. Together we will think about the way of living, because even if everything out there is attractive, there is nothing like home.


Thank you!

Eu sou antes, eu sou quase, eu sou nunca

lost dreams. Casa do Conto. Susana dos Santos
“E eis que em breve nos separaremos
E a verdade espantada é que eu sempre estive só de ti e não sabia
Eu agora sei, eu sou só
Eu e minha liberdade que não sei usar
Mas, eu assumo a minha solidão
Sou só, e tenho que viver uma certa glória íntima e silenciosa
Guardo teu nome em segredo
Preciso de segredos para viver
E eis que depois de uma tarde de quem sou eu
E de acordar a uma hora da madrugada em desespero
Eis que as três horas da madrugada, acordei e me encontrei
Fui ao encontro de mim, calma, alegre, plenitude sem fulminação
Simplesmente eu sou eu, e você é você
É lindo, é vasto, vai durar
Eu não sei muito bem o que vou fazer em seguida
Mas, por enquanto, olha pra mim e me ama
Não, tu olhas pra ti e te amas
É o que está certo
Eu sou antes, eu sou quase, eu sou nunca
E tudo isso ganhei ao deixar de te amar
Escuta! Eu te deixo ser… Deixa-me ser!” 
Clarice Lispector

While Away

Giardini della Biennale di Venezia
Sou nómada; mas carrego na alma o peso de todos os livros que li, de todas as paisagens que admirei, de todos os sorrisos que recebi, de todas as lágrimas que chorei.
“(…) E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.” 
– Álvaro de Campos
Agora que se encerra mais uma etapa e outra paisagem se ergue no horizonte, deixo algumas memórias por Lisboa.
O projecto While Away feito para / por quem ama a aventura, reunirá fragmentos de vida capturados pelas objectivas de muitos amantes do desconhecido.
Em exposição a partir de 6 Maio no LX Factory.

Umquotidiano

Dog Days

Dor? Alegria? Só é simplesmente questão de opinião. Eu adivinho coisas que não têm nome e que talvez nunca terão. É. Eu sinto o que me será sempre inacessível. É. Mas eu sei tudo. Tudo o que sei sem propriamente saber não tem sinónimo no mundo da fala mas enriquece e me justifica. Embora a palavra eu a perdi porque tentei falá-la. E saber-tudo-sem saber é um perpétuo esquecimento que vem e vai como as ondas do mar que avançam e recuam na areia da praia. Civilizar minha vida é expulsar-me de mim. Civilizar minha existência a mais profunda seria tentar expulsar a minha natureza e a supernatureza. Tudo isso no entanto não fala de meu possível significado. 

O que me mata é o quotidiano. Eu queria só excepções. Estou perdida: eu não tenho hábitos.  


Clarice Lispector, in ‘Um Sopro de Vida’ 

Check out more about the project: https://instagram.com/p/BEY9SEEGjM0/

To visit until 14 June at Av. Espaço Montepio / Porto. Portugal

Notes for an Epilogue

Notes for an Epilogue. Tamas Dezso 

Se me impedirem de olhar o horizonte, 
de todos os pontos cardeais, 
se este for substituído por muros, que nos dizem que não somos iguais,
voltar-me-ei para o céu,
na esperança de me unir com o cosmos
Quando também isso me for privado e houverem barreiras ao azul,
que me gritam que também sou diferente,
voltar-me-ei para o terra,
ao fitar o pó fundir-me-ei com o chão e seremos um.
Quando tudo for amarras, serei pó,
pó do universo
Sem vozes que me roubem a /de casa,
sem guilhotinas que me torturem o espírito.