Ser Voluntário

René Burri – Brasília 1960


Hoje é sexta-feira 13 e levantei-me com o pé esquerdo, mas como sou esquerdina e não sou supersticiosa todos os factores reunidos fazem deste dia, um dia feliz!

Um dia feliz no Lar! Fomos para o jardim e houve gargalhadas e até se falou numa pinga de vinho tinto, que a dona Maria das Neves preferiria substituir por um Whisky. A dona Maria que no café me falou da IIºGuerra Mundial, de lugares que ela viu e da sua irreverência de que tanto se orgulha. Sempre que a ouço tenho aquele sentimento de que alguém deveria perpetuar os seus 88 anos e as histórias incríveis que ela viveu. O tempo passou a voar! A dona Ermelinda no jardim ria com as visões pouco realistas da dona Rosa, achava ela que via gatos e cães, quando eram na verdade pombas! Houve muitos sorrisos, muitas gargalhadas, a dona Alice olhava para mim e ria sem parar, simplesmente porque sim, porque hoje foi um dia diferente. Único para mim e penso também para o Zé que dividiu esta alegria comigo. Agora entendo perfeitamente aquela emoção de que falam, mas sabem como é, na pele tem outro sabor! Sexta-feira 13, um dia maravilhoso, até porque tive direito a ouvir a minha irmã a tocar Bach pela primeira vez.

Be an architect

3 de Março de 2011
2.26 da manhã, hora de pensamento
 
            Ser arquitecto, não é o que sou, não é uma posição. É um objectivo, uma meta para cada dia, todos os dias da minha vida.
Arquitecto, não porque a Arquitectura me define, mas porque ela nos seus mais diversos ramos personifica tudo quanto anseio compreender, tocar e refletir. Escolho este caminho, porque não me revejo noutro semelhante, tão amplo e pormenorizado ao mesmo tempo. Amo-a porque é feita para o Homem e a sua dimensão não dá preferência a estratos sociais ou saldos bancários. É a ganância do “eu” que destrói a beleza da sua essência.

No exercício da arquitectura a ausência é valiosa e aliciante, tanto ou mais que a presença…todos dias trabalho no vazio, que se transforma pouco e pouco em organismos vivos. Projecções da minha alma!

René Burri – México 1969

 

Arquitectura, males da minha vida, sorrisos da minha existência. Palavra da qual me afasto, lar para onde anseio sempre regressar!

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Ser Humano

Perguntaram ao Dalai Lama:

-O que mais o surpreende na humanidade?

Ele respondeu:
-Os homens… porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro.
…E vivem como se nunca fossem morrer… e morrem como se nunca tivessem vivido.

Eu sou…

Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.

M.Medeiros