Saudosa Maloca

MAXXI Foundation 1960 — Carlo Scarpa

Saudosa Maloca de Adoniran Barbosa é provavelmente uma das músicas mais tristes que qualquer arquitecto pode ouvir.

A música começa, com um narrador a fazer-nos notar, que no lugar daquele edifício novo e imponente outrora existiu um palacete abandonado. Vivia lá com mais dois amigos e um dia o proprietário demoliu o edifício. Os habitantes clandestinos, da casa que ninguém queria, ficaram desabrigados, forçados a dormir no chão de um jardim.

Quando ouço esta música a primeira coisa que me vem à mente é a especulação imobiliária, mal da nossa sociedade moderna, que olha para os terrenos apenas como um meio de obter lucro. Massifica-se quarteirões, empilham-se vidas, para que alguns, poucos, possam viver alienados dos outros e ainda assim não saibam o significado de habitar. Esse mesmo desejo de lucro desenfreado torna-nos cegos para aqueles que tentam subsistir num mundo onde não se encaixam. Os sem abrigo do mundo, os desajustados da sociedade são facilmente encarados como parte da paisagem, verdes como a relva, cinzentos como os vãos das escadas, fundidos com fundo, deixam de existir.

A música continua, “cada tábua que caía doía no coração”, a relação sentimental que tinham com a casa, carinhosamente apelidada de Maloca, é profundamente tocante.

Maloca é o nome dado a um tipo de cabana dos povos indígenas da amazônia, sinônimo de singularidade e memória, mas também de união. Sentimentos raros de atribuir a construções de habitação nos tempos que correm. Hoje na maioria das vezes as pessoas tratam as habitações como dormitórios, os próprios arquitectos já desenham com a maior naturalidade do mundo os apartamentos como quartos de hotéis. Os habitantes do inabitável passam de lugar em lugar, sem estabelecer qualquer tipo de relação emocional com os espaços que habitam. Esses mesmos espaços parecem já terem sido desenhados sem alma, como tal, é quase impossível preenchê-los com o que quer que seja.

Contudo na música habitantes ilegais haviam dado nome ao palacete, transformando uma construção abandonada, num lar, num espaço de sentimentos e lembranças. Ela era deles, eles eram dela, pertenciam uns aos outros, a relação transpunha a barreiras e conceitos filosóficos da matéria inanimada. O fim da música fala-nos sobre isso, cantam para ela, para a sua saudosa Maloca. O lugar onde viveram dias felizes, abrigados e de esperança. Maloca não era apenas uma construção, uma sucessão de espaços, era uma entidade querida, uma amiga, uma presença que confortava.

Onde mora a esperança e a felicidade nos edifícios que construímos hoje?

Que relação estabelecemos com as quatro paredes onde existimos?

Quem lhes vai tecer louvores quando desaparecerem, quem sente ainda que as casas permitem a vida existir, quem fica ainda de coração pesado por perder o seu abrigo?

Quando vejo ou leio notícias em que as pessoas perderam o espaço onde moravam, ouço-as a dizer em lágrimas “perdi tudo o que tinha”

O que significa isso? Choram os bens materiais, ou haverá alguma parte delas que também chora a perda desse ente querido que lhe deu proteção?

Quando era criança, na aldeia onde os meus avós moravam, uma senhora de idade perdeu a casa para um incêndio.

Ela repetia em pranto “A minha casinha, a minha casinha.”

Haveria nessa casinha, algo mais que dormir, comer e arrumar os objectos que acumulou durante a vida? Acho que sim, a repetição “a minha casinha”, quase como um mantra, punha por palavras a perda de algo maior, que lhe era profundamente querido.

A saudosa Maloca representa esses espaços, aqueles onde não só onde existimos, mas onde nos transformamos através deles. É imperativo que o mundo volte a ser povoado por essas construções.

“Estas casas sem brilho — não sei o que são, não sei como as pintam.Vê-se que estão todas mortas.” — Peter Zumthor, Atmosferas

O país dos cegos

Ciel-Terre – Bang, Hai Ja. 2011
A situação actual faz-me pensar no País dos cegos de H.G.Wells (bem para quem não leu é melhor parar aqui e voltar mais tarde).
Várias vezes me senti na aldeia dos cegos. Após dez anos da formação requerida a minha visão arquitectónica é basicamente oposta aquela na qual fui instruída. Por vezes penso que fosse melhor chegar a um ponto de consenso, a um território comum. Mas como, quando todas as fibras do meu ser me orientam para outra direcção?
Não caber nas convenções, não aceitar seguir o que nos dizem e ensinaram, não é ser intransigente ou rude, é apenas voltar a refazer as perguntas que poucas gerações tem a coragem de fazer.

Só pode ser mesmo assim?
Isto não pode ser feito de outra maneira?
Temos que continuar a perpetuar este sistema?

Sim, significa chocalhar as coisas, sair da zona de conforto e é por isso que pessoas que ousam questionar e repensar o que lhe foi dito são vistas como personae non gratae.
Não é o mesmo que acontece na aldeia dos cegos? Quando Nunez chega, primeiro pensa em dominar aquela aldeia de cegos, acha-se superior a eles, ele pode ver, eles não. Mas com o passar do tempo, eles como maioria conseguem subjugá-lo à sua vontade até ao ponto de ele equacionar perder a visão para ser um deles. Também não o fazemos?

Olhamos para os outros, para aqueles que achamos diferentes de nós, queremos que eles vistam como nós, pensem como nós, vivam como nós. Não aceitamos que realidades diversas possam ser bem-vindas, que entrar numa conversa de mente aberta não nos faz perder a identidade. Até muitos daqueles que vêem o outro lado do mundo ainda se mantêm na ideia mundana das coisas. Porque ver é diferente de olhar! O olhar requer um foco de atenção que não estamos dispostos a dispensar neste mundo veloz.

Desde crianças somos moldados para sermos como os outros. Desde pequena que havia choros quase todas as refeições em casa dos meus pais, porque me recusava a comer a carne. A forma de me alimentarem, era a mesma como eles tinham crescido, logo não viam uma possibilidade diferente. Eu tinha que me moldar e aceitar a ordem pré-estabelecida. Foi preciso crescer, tornar-me na minha própria pessoa  para que a carne deixa-se de estar no meu prato. Moldar e ser moldado, redefinir os pensamentos para que se enquadrem na sociedade onde vivemos. 

Acontece também nas escolas, com os professores. Foram poucos os que durante o tempo de aprendizagem vieram ao meu encontro. É um longo processo conseguir se abster, subjugar o ego, para que a outra mensagem possa passar. Não era o que eles pensavam da arquitectura, mas o que eu pensava dela, não era a interpretação que eles tinham do mundo, mas a que eu tinha através de análises, referências e sensibilidades.

Cada um de nós possui a sua própria história e como consequência visão do mundo. Há pilares basilares na arquitectura, mas a partir daí cada um navega na arquitectura e no mundo, com a bagagem que foi adquirindo ao longo do tempo. Não é por isso cruel, pedirem a seres únicos para trabalharem como máquinas, que apenas manuseiem máquinas? Cada um de nós brilha quando está no lugar certo a fazer aquilo que lhe é destinado, acredito piamente nisso. Esse qualidade confere significado ao que fazemos e à própria vida.
“A qualidade é o respeito pelo povo”, uma afirmação do Che Guevara que eu acrescentaria, a qualidade deveria ser o respeito pela vida.

Não é porque a maioria pensa de determinado modo que se deva cegar perante o sentimento que se possui e abafar os valores nos quais desabruchamos.
É algo íntimo, viver. 

“A minha liberdade acaba onde começa a do outro” 1, sim, mas isso significa que toda a acção tem uma reação. A  nossa visão do mundo é ampliada, alterada e completada na interação com o outro. Por isso, a nossa construção do mundo deve ser feita de respeito e tolerância, como num tango. Por vezes é preciso recuar para deixar o outro florescer.No final todos brilham sob a mesma luz - a da igualdade na unicidade da vida.

Finalmente Bogotá (como lhe chamavam os cegos) num último momento de lucidez prefere a luz, prefere a travessia, que talvez o leve à morte, que viver uma vida acomodada na escuridão. Não será um fim para todos nós?
Ainda que doa olhar, não será preferível a viver uma vida longa e amorfa na ignorância de velhos estigmas?

"The opposite of courage in our society is not cowardice, it's conformity."
― Rollo May



1Herbert Spencer

Visual poems – Day 24

“Poets and painters are born phenomenologists.” – Jan Hendrik

 
We usually talk about the great masters of cinema, but they are always in the masculine. Well, keep your eyes open, because Maya Deren is lined up right there, at the top.
In your experimental work we see a great capacity to manipulate space and time, however what fascinates me most is the movement of the body.
This continuity of movement of the dancer builds the narrative, the alteration of the physical space, but above all, it is very tactile.
Deren's images arouse in the viewer a corporeal feeling. Perspecting the hot sand, the stones in the hands, being hidden behind the foliage, the body of the dancer in tension, etc., everything goes beyond the screen.
In this sense, I wonder where is the tactality of our spaces, the so called atmosphere?
Is this more difficult to create? 
If M. Deren was able through cinema to awaken us to these feelings, why are they so difficult to exist in the real world? 
I believe, that like poets and painters, filmmakers are also sensitive to the essence of things (beings and objects). Perhaps we architects can learn from them how to instill in the formal principles and intentions of architecture the warm essence of life.

Imaginar a vida – Day 1

Scene of Study
Creator: Chang, Uc-chin
Porque é que os arquitectos não estão a falar sobre o problema da pandemia? Em algumas publicações que mostram imagem, após imagem de construções idílicas, existe a nota : não queremos contribuir para gerar o pânico, o pânico propaga-se mais rápido que o vírus.
Certo, certíssimo, não posso deixar de concordar, porque não é só o pânico, é as absurdidades que vão sendo publicadas e republicadas de como curar, não apanhar, etc uma doença da qual ainda não temos muitas informações.
Contudo, questiono mais uma vez: Por quê? Os arquitectos não deveriam estar a debater sobre a realidade que está a acontecer à volta deles?
Esperava-se de uma classe que constrói os lugares onde vivemos e que usamos, que pensa as cidades que estão agora vazias por fora e repletas por dentro, que neste exacto momento quisessem dialogar, pensar sobre as falhas e as mais valias, no que deve ser alterado ou repensado para o futuro. 
Invés disso estão fechados nas suas redomas. Obrigam os trabalhadores a continuarem a deslocar-se como se não houvesse qualquer problema fora da porta. Como podem eles desenhar espaços para os que conhecem pouco, quando não conseguem sentir a fragilidade daqueles com quem trabalham todos os dias? Que bondade, equilíbrio e coerência se pode esperar de espaços desenhados por mentes assim? Se existisse uma certificação para os gabinetes de arquitectura, como ética, ou empatia, quantos poderiam 
obtê-la? Isso faria com que as construções do futuro fossem melhores? Li um estudo que a carne de animais felizes é melhor, acredito que a arquitectura feita por pessoas felizes também seria melhor. 
Por quê ignorar as necessidades e humanidade daqueles que a pensam e executam? Para quê? Para continuarem a construir as imagens bucólicas que as publicações físicas e online nos continuam a  mostrar nestes tempos conturbados. Quem é que vive nessas imagens? 
Enquanto isso a vida continua, não na rua, mas edificios que construíram (eles e todos os outros, mais ou menos qualificados).  Em prédios de esquerdo-direito, frente-trás, nos x metros quadrados optimizados, sem varanda... Estão hoje fechados centenas de milhares de seres humanos. 
O que significa para eles tudo isso? Que sentimento lhes resta do espaço de habitar? O que lhe oferece o espaço multiplicado e espelhado em CAD? O que torna aquele lugar único, para que se identifique e o chame de seu? Que é dos pais que agora se vêem a braços com crianças confinadas? Que interesse, divertimento e desafio proporcionam esses espaços? Pela visão da minha varanda, posso-vos dizer, muito pouco. Do outro lado da rua está um parque de brincar, supostamente deveria estar vazio, está hoje ainda mais populado que antes. Porquê?
Por irresponsabilidade dos pais, sim, nem se questiona. Mas também por culpa dos espaços onde habitamos, que nas últimas décadas se transformaram em dormitórios onde a vida do seu habitante acontece pouco, muito pouco.
Como foi possível permitir que espaços íntimos tenham sido plastificados, pixelizados, anielados? 
As cidades onde agora maior parte de nós vive, transformaram-se em lugares anônimos e trouxeram ao de cima toda a sua fragilidade com esta crise. O vizinho ao qual a criança não podia dizer, olá, seria o mesmo a olhar por ele para não ser arrastado pelos pais pelo supermercado, quando nem sequer devia estar no supermercado.
A senhora idosa do prédio ao lado que não tem alternativa senão ir à farmácia, podia e devia ser ajudada por alguém mais saudável que ela, mas sabe-se da sua existência?
Não estão hoje em dia os edifícios preparados para se entrar e sair de carro, para não se dar de caras com ninguém? Não é o que as cidades pedem de nós? Ir do ponto A ao ponto B, passar pelo C e na volta se der olhar para o H? Quem passeia nas cidades? Quem olha para o lado, para o alto, para a árvore doente, para a ausência dela? Os turistas! Os habitantes estão demasiado ocupados a ir de um ponto ao outro e a correr de volta. Quando numa tarde de sábado se apercebem que o parque onde liam um livro é agora um estaleiro, já é tarde. Será?
Mais uma vez onde estão os urbanistas e os arquitectos no meio disto tudo? Quem projectou estas cidades egoístas, mecanizadas, densas e que falham redondamente quando se deparam com problemas como os que hoje enfrentamos?
Por que não são elas mais pedestres, mais verdes, mais sustentáveis, mais inclusivas? Porque o pensamento individual precede o bem comum, para os que não entenderam é o egoísmo que faz das nossas cidades aquilo que são, aliás é o mesmo atributo que faz com que o sars-cov-19 não pare de se alastrar. “Eu quero apanhar sol”, “eu quero conversar”, “eu não quero perder dinheiro”, “eu não quero que me falte comida”…”eu, eu, eu, … “
Porventura não é os mesmo mesmo que acontece nas nossas cidades?
“Eu quero que este terreno seja muito rentável”, “eu quero ter sol de todos os lados”, “eu não quero ter que andar na rua em dias de chuva” , “eu não quero espaços verdes comunitários, dão muito trabalho”... Imaginem o potencial de tudo isto, se de depois da afirmação do eu, viesse a indagação do nós.
“Eu quero apanhar sol. É o melhor para todos?”
“Eu quero que este terreno seja muito rentável. Os inquilinos vão ser felizes aqui?”

O mundo poderia ser um lugar bem diferente.

“Imaginar a vida é mais importante que fantasiar espaços (…)” J.Pallasmaa

Sakountala

Pietragalla, le corps parlant

Sakountala foi antes de mais uma homenagem à grande Camile Claudel, um sentimento que se foi desenvolvendo ao longo do tempo sobre a nossa realidade quotidiana. O que são os nossos sonhos, o que significam num mundo onde a matéria precede a essência? Perder um grande sonho é perder o propósito? É equivalente à ausência de um ente querido ou a um pedaço de nós próprios? A nossa realidade interior é feita de quê? Este conto pretende reflectir sobre essa dicotomia vivida e imaginada.

https://www.amazon.com/-/pt/dp/B0853DCGW9/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=ÅMÅŽÕÑ&keywords=sakountala%3A+torpor&qid=1582622376&sr=8-1

Nobody

Despite continuing my work independently, the current economy dictates that in order to survive, I have to work for others. Adapting to it, being flexible… I’m too tired to make up names for you. It is what it is, sometimes intellectually challenging, sometimes what follows.

I was fired, I was fired, because it did not seem right to take my coffee next to a toilet, I was fired because it did not seem right to wash my lunch dishes in the place where others had made physiological needs. Or put food in a fridge (second hand, third hand…?) that had been put on the street and no one cleaned it up. I was fired because having internal meetings until 9 pm seemed to me to be exaggerated.

I was fired over the phone, barred from my personal computer stuff, and kicked out of the company at 9 am on the first day of autumn. Mother Nature was kind to me, because on the street people thought my wet face was from the rain.

Never in my life I had been treated that way, never in my life had I been fired… never until the day!

I saw a drawing a long time ago with the phrase “Nobody can stop them!(…)”

The world is made of many nobodies. As I belong to this class, I was treated by the businessmen (not all are the same) as an object, garbage.

J. Campbell wrote that cities demonstrate very well the power of the time, before the centrally located churches, then the government buildings and today the offices, eager to win the planet. Eternal economic growth, resource use to exhaustion, often zero humanity.

The nobodies in this world has children, loans, dreams? Who knows, but most of all they are afraid. And in the fear in which they surround themselves, they learn not to say what they think, to look sideways when something goes against their values. In the process they lose their rights, they kill the ideals to become the automatons that society requires them to be. Nobodies are the majority of this world and still, they prefer to dip their eyes on social networks. Looking at a screen, down, with subservient posture.

On the first day of autumn, another nobody was trampled underfoot, to learn not to look up, to be reminded of which side of the balance is the power.

“Nobody can stop them!

I’m nobody!”

The name Agnès

Already several people made me a face or wondered why I gave this name to my studio. The answer is not simple, although it is very logical to me. I can list a few names such as Agnès Varda or Agnes de Mille. Women who inspire me and whose legacy deserves to be honored, but that’s not why.

Two decades ago, in the library of the village where I grew up, I saw a photographic exhibition of abandoned girls in China. Due to the traditional preference for a boy and the law of the only child, many girls were abandoned or even killed. In the middle of this exhibition, I saw a picture of a 2-3-year-old girl with pink ribbons on her head. She was standing in the middle of many newborn babies, alone, with an expression of purity and unique beauty.

I have observed that image for many hours, for many days. She is my Agnès.

Agnes is a Latinized form of the Greek name ‘Αγνη (Hagne), derived from Greek’ αγνος (hagnos) meaning chaste, pure, innocent. That was the name I wanted to give that brave girl, who I don’t even know the fatum.

Nevertheless, each letter of the word has a meaning of what I want to pursue.

L’Agnès

  • L – Lunar / Luz (Light) /Local: Is the importance that I give to the stories of the places where I intervene, my preference for writing with objects a message that can last in time. It is also the wonderful way of drawing the spaces with the most beautiful material that exists, the light.
  • A – Amor (Love) : Architecture is shelter and shelter is love. It is a reminder to myself, what should prevail.
  • G – Gratidão (Gratitude): To the places that let themselves be unveiled, the people who put their dreams in me, the materials they allow themselves to be shaped, to those who transform them. To the spirits that fill the spaces and give them life.
  • N – Nostalgia : From the place that we call home and that I search unceasingly for each project.
  • E – Engenho (ingenious) / Empatia (empathy): To see things from another angle and to reinvent. Empathy to never forget that I am not the target of my creation.
  • S – Sensibilidade (sensitivity) / Sombra (shadow):Let the spaces and objects breathe and become what they should be. Create atmosphere. “The wonderful light that the shadow has.”